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Trump suspende a entrada de imigrantes ilegais na fronteira com o México

Na prática, EUA fecham a porta para estrangeiros que entravam no país para pedir asilo. Governo prepara o envio de 1.500 soldados do Exército para reforçar ...

Trump suspende a entrada de imigrantes ilegais na fronteira com o México
Trump suspende a entrada de imigrantes ilegais na fronteira com o México (Foto: Reprodução)

Na prática, EUA fecham a porta para estrangeiros que entravam no país para pedir asilo. Governo prepara o envio de 1.500 soldados do Exército para reforçar segurança na fronteira. Em 1º dia na presidência, Donald Trump assina decretos O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva suspendendo a entrada de imigrantes ilegais na fronteira com o México. Em um comunicado, nesta quarta-feira (22), a Casa Branca afirmou que o governo está protegendo o país de uma "invasão". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Na prática, a medida fecha a porta para estrangeiros que tentavam entrar no país na condição de asilados. Na segunda-feira (20), um aplicativo usado para agendar entrevistas de asilo saiu do ar, e todos os agendamentos foram cancelados. Em dois dias, Trump assinou uma série de ordens para dificultar a entrada de estrangeiros no país e aumentar a fiscalização. "O Presidente Trump está autorizando e instruindo o Departamento de Segurança Interna, o Departamento de Justiça e o Departamento de Estado a tomar todas as medidas necessárias para repelir, repatriar e remover imediatamente estrangeiros ilegais através da fronteira sul dos Estados Unidos", declarou a Casa Branca. O governo também acusou a gestão de Joe Biden de não proteger o país da entrada de "milhões de estrangeiros ilegais". Segundo a Casa Branca, imigrantes "invadiram comunidades e impuseram bilhões de dólares em custos aos governos estaduais e locais", como no estado do Texas. Apesar de a Casa Branca ter dito que a ordem foi assinada nesta quarta-feira, a agência Reuters afirmou que a medida foi oficialmente adotada na segunda-feira (20) e que nenhum decreto adicional foi feito nesta quarta. Mais cedo, nesta quarta-feira, Trump disse que um "grande número de imigrantes" entraram nos Estados Unidos e "mataram pessoas". Segundo ele, muitos deles "foram retirados de prisões e instituições mentais". O presidente afirmou que a imigração ilegal gerou uma onda de violência no país. No entanto, especialistas em segurança apontam que não há evidências de que a imigração nos Estados Unidos esteja ligada a um aumento na criminalidade. LEIA TAMBÉM Departamento de Justiça dos EUA orienta promotores a investigar autoridades que atrapalhem aplicação de leis anti-imigração Veja ponto a ponto a ofensiva de Trump contra imigrantes ilegais Musk ameaça retaliar senadores que não votarem a favor de indicados de Trump ao governo, diz revista Combate à imigração Migrantes se reúnem na fronteira entre o México e os Estados Unidos Jorge Duenes / Reuters Na segunda-feira (20), logo após tomar posse, Trump declarou emergência na fronteira com o México. Isso facilita a liberação de recursos federais para a região. Um dos objetivos do presidente é retomar a construção de um muro entre os dois países. Nesta quarta-feira, a agência Reuters revelou que o Exército dos Estados Unidos está se preparando para enviar 1.500 soldados à fronteira com o México. Eles se juntarão aos 2.200 militares já presentes na região. Fontes disseram que o contingente pode ser ampliado a até 10 mil. Trump está tirando do papel promessas que fez durante a campanha presidencial. O republicano garante que vai fazer a maior deportação em massa da história do país, com milhões de imigrantes ilegais sendo expulsos. Veja algumas medidas adotadas a seguir. 🚨 Emergência nacional: uma das primeiras medidas de Trump foi assinar uma medida para declarar emergência na fronteira entre México e Estados Unidos. O presidente anunciou que tropas do Exército e da Guarda Nacional serão enviadas à região para reforçar a segurança. Além disso, agentes federais de imigração receberam poderes ampliados para deter suspeitos. A medida também facilita a liberação de recursos para retomar a construção do muro na fronteira. Por fim, o governo também encerrou programas que permitiam a entrada de estrangeiros por motivos humanitários. 👶 Fim da cidadania automática: Trump emitiu uma ordem executiva eliminando o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais ou com vistos temporários nascidos nos EUA. Antes, quando imigrantes em situação ilegal tinham um filho em solo americano, a criança ganhava cidadania americana automaticamente. A mesma coisa acontecia quando a mãe viajava aos Estados Unidos com um visto temporário, como o visto de turista. Se a criança nascesse durante o período da viagem, ganhava cidadania também. Celebridades brasileiras já usaram essa estratégia para obter a cidadania americana para seus filhos. Juristas afirmam que a medida contradiz a 14ª Emenda da Constituição, que garante cidadania a qualquer pessoa nascida no país. Estados governados por democratas entraram com ações judiciais contra a medida. "Presidentes são poderosos, mas ele não é um rei. Ele não pode reescrever a Constituição com um simples golpe de caneta", afirmou Matthew Platkin, procurador-geral de Nova Jersey. ✈️ Deportação expressa: o governo Trump ampliou o alcance da chamada deportação acelerada, que permite expulsões rápidas de imigrantes ilegais sem a necessidade de uma audiência judicial. Qualquer imigrante que não comprove que reside há dois anos nos EUA pode ser alvo. Sob Biden, a deportação expressa possuía algumas limitações. Por exemplo, a medida só era adotada em todo o país para quem entrasse nos Estados Unidos por via marítima e estivesse a menos de dois anos no país. Ainda durante o governo Biden, quem entrava por via terrestre só poderia ser alvo da deportação expressa se fosse detido a até 160 km da fronteira e estivesse no país há menos de 14 dias. Agora, todas essas restrições foram eliminadas. Segundo o governo, a medida está dentro dos limites legais estabelecidos pelo Congresso. A deportação expressa já foi alvo de polêmica durante o primeiro mandato de Trump. O caso chegou a parar na Suprema Corte. ⛪ Prisões em áreas protegidas: o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) revogou uma proibição de 2021 sobre prisões de imigrantes em locais como hospitais, igrejas e escolas. Antes, prisões de imigrantes não podiam ocorrer nesses locais, para garantir acesso seguro a serviços básicos. O governo Biden também argumentava que operações do tipo poderia criar medo nas comunidades americanas. Com a mudança, agentes podem realizar prisões de imigrantes em hospitais, igrejas e escolas. Benjamine Huffman, secretário interino de Segurança Interna, afirmou que "assassinos e estupradores" não poderão mais usar esses locais como esconderijos. "A Administração Trump não amarrará as mãos de nossos bravos agentes da lei e, em vez disso, confia que eles usarão o bom senso", afirmou Huffman. 🟢 "Fique no México": o governo Trump anunciou que está retomando um programa que foi adotado durante o primeiro mandato, mas que foi revogado por Biden. A iniciativa obriga que estrangeiros que pedem asilo aos Estados Unidos, com exceção de mexicanos, aguardem a análise da solicitação no México. Na segunda-feira (20), o governo tirou do ar um aplicativo usado para agendar entrevistas de asilo. Todos os agendamentos para pedidos de asilo que já estavam feitos foram cancelados. A medida gerou indignação e tristeza entre imigrantes que aguardavam para entrar nos Estados Unidos na fronteira com o México. 🌐 Restrição na entrada: o DHS emitiu uma diretriz para restringir o uso da chamada "parole". A ferramenta permite a entrada legal de imigrantes em situação de emergência e foi amplamente usada na gestão Biden. A parole também serve para fins humanitários e beneficiou pessoas de várias nacionalidades, como ucranianos, cubanos e venezuelanos. Segundo o DHS, o governo Biden permitiu que 1,5 milhão de imigrantes entrasse no país por meio do benefício de forma indiscriminada. Agora, tudo será analisado caso a caso, de acordo com o departamento. VÍDEOS: mais assistidos do g1